sábado, 22 de setembro de 2012

Olimpíada de Língua Portuguesa 2012 - Estamos Chegando lá



 Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro

 Resultado da parceria entre o Ministério da Educação e a Fundação Itaú Social, sob a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro foi instituída em 2008, fundamentada na metodologia, nas estratégias de atuação e na experiência das três edições do Programa Escrevendo o Futuro. 


Com objetivo de colaborar para a melhoria do ensino da leitura e da escrita, o Programa Escrevendo o Futuro desenvolveu, de 2002 a 2007, ações de formação continuada para professores de 5º- e 6º- anos do Ensino Fundamental, a fim de orientar a produção de textos dos alunos da rede pública.

A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro vai além de um concurso: oferece propostas de formação dos educadores, seja por meio da distribuição de materiais com orientações pedagógicas, seja pela participação do educador em encontros para reflexão sobre as práticas educativas, com objetivo de aprimorar o processo de escrita dos alunos. Desse modo, pretende contribuir para uma prática pedagógica de melhor qualidade.
O professor inscrito deverá orientar seus alunos a escrever um texto, em Língua Portuguesa, original e de autoria exclusiva dos respectivos alunos, sobre o tema “O lugar onde vivo”, nas categorias Poema, (5º e 6º anos), Memórias literárias (7º e 8º anos) Crônica (9º ano e 1º ano do Ensino Médio) e Artigo de Opinião (2º e 3º anos do Ensino Médio). 

Durante o processo são desenvolvidas oficinas, os alunos escreverão, sob orientação do professor inscrito, os textos que concorrerão na Olimpíada.  A direção de cada escola com professor(es) inscrito(s) deverá constituir uma Comissão Julgadora Escolar para escolher o melhor texto de cada categoria em que estiver participando.  Cada escola poderá submeter à Comissão Julgadora Municipal apenas 1 (um) texto por categoria.

No Colégio Rômulo Galvão foram selecionados para a etapa municipal os textos das alunas Iasmyn Oliveira Sales - 8ª série – A, orientada pela Professora Kate Viviane Batista MatiasTalita Vieira da Cruz Batista - 6ª série – A, orientada pela Professora Ana Maria Vieira da Cruz; e Joane Kelly Carvalho Santo - 5ª série – D, orientada pela Professora Nadja Vieira Gonçalves Matos.

Para a nossa alegria ambos os textos foram selecionados pela Comissão Julgadora Municipal para concorrerem na etapa estadual.  De 22 de setembro a 17 de outubro os avaliadores da Comissão Julgadora Estadual se reunirão presencialmente para concluir o processo seletivo dos semifinalistas. 

Estamos com o coração apertado esperando ansiosamente o resultado!

Eis os textos:

 

Do shopping à feira

Professora: Kate Viviane Batista Matias
Aluna: Iasmyn Oliveira Sales - 8ª série - A

Há pessoas que dizem que a felicidade se materializa por ter um bom emprego, uma boa casa, o carro do ano ou uma bela casa na praia, roupas das mais caras marcas, convites para as festas mais chiques, contatos mais importantes...

Felicidade pode estar presente também nas coisas mais banais da vida, as quais geralmente não valorizamos.

Venho de longe, de um lugar bem diferente do qual me encontro hoje. Onde vivia, havia muitos carros, congestionamentos, prédios de todos os tamanhos, lojas com corredores quase sem fim, indústrias, shoppings, cinemas, teatros e muitas pessoas estressadas que só pensam no trabalho e em seus próprios interesses.

Quando mudei para o meu atual endereço, sentei em uma cadeira branca de plástico na varanda de minha avó materna e comecei a reparar naquela rua onde havia: casinhas simples, crianças descalças brincando de pia, árvores, mulheres varrendo a calçada e conversando e um menino vendendo picolé... Vendo isso, pensei nas pessoas que mesmo numa rápida ida à rua para levar o lixo cumprimentavam-se e compartilhavam sorrisos. Não havia aquele estresse da cidade grande onde as pessoas eram frias e conviviam como se atribuíssem a culpa de seus problemas a seus semelhantes.

Ao contrário de muitos, não reclamo desse lugar mesmo sem uma estrutura tão urbana como onde vivia. Ainda assim, o povo daqui sorri de seus próprios problemas e desta maneira a felicidade por si só dá um jeito naquilo que queria lhe atormentar.

E agora, tenho a certeza que lugar bom é aquele que a felicidade se encontra nas coisas simples da vida.

Doce lembrança

Professora: Ana Maria Vieira da Cruz
Aluna: Talita Vieira da Cruz Batista: 6ª série - A  

 Recordo com muita saudade da parte da minha infância que passei numa fazenda de café no interior do Paraná. Meus pais eram baianos, mas foram tentar a sorte por lá, que trago guardada lembranças maravilhosas dessa fase da minha vida. Morávamos numa casinha simples de madeira rodeada por imensos cafezais e também um belo pomar onde eu e meus irmãos menores brincávamos subindo nas árvores, fazendo balanço e comendo frutas tiradas do pé. Enquanto meu pai trabalhava na lavoura do café sempre acompanhado dos meus irmãos “maiores”, que tiveram que trabalhar muito cedo para ajudar, pois nessa época já éramos em sete, nós corríamos no meio do cafezal fazendo aviãozinho pelas ruas de café.

Quando meu pai selava o cavalo chamado Lambari e colocava a charrete era uma festa, pois sabíamos que era dia de ir a cidade (Londrina) e sempre que ia lá trazia doces que para nós era novidade. Gostoso também era acordar com as modas sertanejas tocadas no radinho de pilha do pai. Eu passava horas acordada ouvindo e imaginando as histórias nelas contadas, uma que não esqueço é “o menino da porteira”.

Quando chovia granizo, logo que a chuva passava corríamos para pegar as pedras de gelo, para nós era incrível, pois não conhecíamos geladeira naquela época. Quando geava as coisas ficavam difíceis, o café queimava e a colheita não era boa, meu pai ficava preocupado, mas eu gostava porque ele acendia uma fogueira no meio da sala para aquecer o ambiente e todos  sentávamos ao redor e ficávamos ouvindo as histórias contadas pelos mais velhos.

Foi numa dessas geadas com a colheita ruim que meu pai decidiu voltar para a Bahia. Foi alegria geral, pois, iríamos andar de ônibus começaram os preparatórios e por fim chegou o grande dia e quando o ônibus parou minha mãe enfileirou os sete filhos que começou a entrar um a um. A viagem não foi muito tranqüila 3 dias e 3 noites viajando e então desembarcamos... e esse pedacinho do sul que eu trouxe para o nordeste permanece viva na minha memória.
( História baseada na vida da minha mãe a senhora Ivanalice Vieira da Cruz Batista, 42 anos) 


 

Campo da Minha Vida

Professora: Nadja Vieira Gonçalves Matos
Aluna:  Joane Kelly Carvalho Santo: 5ª série – D

Se por acaso "você" tiver tempo
Pra escutar o que vou falar
Ouça com muita atenção
A história que vou contar

É a história de um povoado
Que está situado na Bahia
Os homens lá ganham seu pão
Porque trabalham todo dia

Campo Frio é um povoado
Que tem pássaros de montão
Tem o bem-te-vi,
Tico-tico e até o azulão

Numa manhã ensolarada
Todos os pássaros vieram pra cá
Vieram pouco a pouco
Para ouvir o meu cantar

Mas agora o que se resta
Só são poucos passarinhos
Que vivem com medo
Dentro dos seus ninhos

Em um grande pé de Jurema
Me sentei pra descansar
Mas percebi que estava
Sentado no "oco" do Jatobá

E agora resta a saudade
Daquelas árvores frondosas
Do canto dos pássaros
Onde agora abriga escolas

Foi no povoado de Campo Frio
Que eu fiz esse poema
Com amor ao meu povoado
Esta terra tão pequena.








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