
Resultado da parceria entre o Ministério da Educação
e a Fundação Itaú Social, sob a coordenação técnica do Centro de Estudos e
Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, a Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro foi instituída em 2008, fundamentada na
metodologia, nas estratégias de atuação e na experiência das três edições do
Programa Escrevendo o Futuro.
Com
objetivo de colaborar para a melhoria do ensino da leitura e da escrita, o
Programa Escrevendo o Futuro desenvolveu, de 2002 a 2007, ações de formação
continuada para professores de 5º- e 6º- anos do Ensino Fundamental, a fim de
orientar a produção de textos dos alunos da rede pública.
A
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro vai além de um
concurso: oferece propostas de formação dos educadores, seja por meio da
distribuição de materiais com orientações pedagógicas, seja pela participação
do educador em encontros para reflexão sobre as práticas educativas, com
objetivo de aprimorar o processo de escrita dos alunos. Desse modo, pretende
contribuir para uma prática pedagógica de melhor qualidade.
O
professor inscrito deverá orientar seus alunos a escrever um texto, em Língua
Portuguesa, original e de autoria exclusiva dos respectivos alunos, sobre o
tema “O lugar onde vivo”, nas categorias Poema, (5º e 6º anos), Memórias
literárias (7º e 8º anos) Crônica (9º ano e 1º ano do Ensino Médio) e Artigo de
Opinião (2º e 3º anos do Ensino Médio).
Durante
o processo são desenvolvidas oficinas, os alunos escreverão, sob orientação do
professor inscrito, os textos que concorrerão na Olimpíada. A direção de
cada escola com professor(es) inscrito(s) deverá constituir uma Comissão
Julgadora Escolar para escolher o melhor texto de cada categoria em que estiver
participando. Cada escola poderá submeter à Comissão Julgadora Municipal
apenas 1 (um) texto por categoria.
No
Colégio Rômulo Galvão foram selecionados para a etapa municipal os textos das
alunas Iasmyn Oliveira Sales - 8ª
série – A, orientada pela Professora Kate
Viviane Batista Matias; Talita
Vieira da Cruz Batista - 6ª série – A, orientada pela Professora Ana Maria Vieira da Cruz; e Joane Kelly Carvalho Santo - 5ª série –
D, orientada pela Professora Nadja
Vieira Gonçalves Matos.
Para
a nossa alegria ambos os textos foram selecionados pela Comissão Julgadora
Municipal para concorrerem na etapa estadual. De 22 de setembro a 17 de
outubro os avaliadores da Comissão Julgadora Estadual se reunirão
presencialmente para concluir o processo seletivo dos semifinalistas.
Estamos
com o coração apertado esperando ansiosamente o resultado!
Eis
os textos:
Do shopping à feira
Professora: Kate Viviane Batista Matias
Aluna:
Iasmyn Oliveira Sales - 8ª série - A
Há pessoas que dizem que a felicidade se
materializa por ter um bom emprego, uma boa casa, o carro do ano ou uma bela
casa na praia, roupas das mais caras marcas, convites para as festas mais
chiques, contatos mais importantes...
Felicidade pode estar presente também nas
coisas mais banais da vida, as quais geralmente não valorizamos.
Venho de longe, de um lugar bem diferente do
qual me encontro hoje. Onde vivia, havia muitos carros, congestionamentos,
prédios de todos os tamanhos, lojas com corredores quase sem fim, indústrias,
shoppings, cinemas, teatros e muitas pessoas estressadas que só pensam no
trabalho e em seus próprios interesses.
Quando mudei para o meu atual endereço,
sentei em uma cadeira branca de plástico na varanda de minha avó materna e
comecei a reparar naquela rua onde havia: casinhas simples, crianças descalças
brincando de pia, árvores, mulheres varrendo a calçada e conversando e um
menino vendendo picolé... Vendo isso, pensei nas pessoas que mesmo numa rápida
ida à rua para levar o lixo cumprimentavam-se e compartilhavam sorrisos. Não
havia aquele estresse da cidade grande onde as pessoas eram frias e conviviam
como se atribuíssem a culpa de seus problemas a seus semelhantes.
Ao contrário de muitos, não reclamo desse
lugar mesmo sem uma estrutura tão urbana como onde vivia. Ainda assim, o povo
daqui sorri de seus próprios problemas e desta maneira a felicidade por si só
dá um jeito naquilo que queria lhe atormentar.
E agora, tenho a certeza que lugar bom é
aquele que a felicidade se encontra nas coisas simples da vida.
Doce lembrança
Professora: Ana Maria Vieira da Cruz
Aluna:
Talita Vieira da Cruz Batista: 6ª série - A
Recordo com muita saudade da parte da
minha infância que passei numa fazenda de café no interior do Paraná. Meus pais
eram baianos, mas foram tentar a sorte por lá, que trago guardada lembranças
maravilhosas dessa fase da minha vida. Morávamos numa casinha simples de
madeira rodeada por imensos cafezais e também um belo pomar onde eu e meus
irmãos menores brincávamos subindo nas árvores, fazendo balanço e comendo
frutas tiradas do pé. Enquanto meu pai trabalhava na lavoura do café sempre
acompanhado dos meus irmãos “maiores”, que tiveram que trabalhar muito cedo
para ajudar, pois nessa época já éramos em sete, nós corríamos no meio do
cafezal fazendo aviãozinho pelas ruas de café.
Quando meu pai selava o cavalo chamado
Lambari e colocava a charrete era uma festa, pois sabíamos que era dia de ir a
cidade (Londrina) e sempre que ia lá trazia doces que para nós era novidade.
Gostoso também era acordar com as modas sertanejas tocadas no radinho de pilha
do pai. Eu passava horas acordada ouvindo e imaginando as histórias nelas
contadas, uma que não esqueço é “o menino da porteira”.
Quando chovia granizo, logo que a chuva
passava corríamos para pegar as pedras de gelo, para nós era incrível, pois não
conhecíamos geladeira naquela época. Quando geava as coisas ficavam difíceis, o
café queimava e a colheita não era boa, meu pai ficava preocupado, mas eu
gostava porque ele acendia uma fogueira no meio da sala para aquecer o ambiente
e todos sentávamos ao redor e ficávamos ouvindo as histórias contadas
pelos mais velhos.
Foi numa dessas geadas com a colheita ruim
que meu pai decidiu voltar para a Bahia. Foi alegria geral, pois, iríamos andar
de ônibus começaram os preparatórios e por fim chegou o grande dia e quando o
ônibus parou minha mãe enfileirou os sete filhos que começou a entrar um a um.
A viagem não foi muito tranqüila 3 dias e 3 noites viajando e então
desembarcamos... e esse pedacinho do sul que eu trouxe para o nordeste
permanece viva na minha memória.
( História baseada na vida da minha mãe a
senhora Ivanalice Vieira da Cruz Batista, 42 anos)
Campo da Minha Vida
Professora: Nadja Vieira Gonçalves Matos
Aluna: Joane Kelly Carvalho Santo:
5ª série – D
Se por acaso "você" tiver tempo
Pra escutar o que vou falar
Ouça com muita atenção
A história que vou contar
É a história de um povoado
Que está situado na Bahia
Os homens lá ganham seu pão
Porque trabalham todo dia
Campo Frio é um povoado
Que tem pássaros de montão
Tem o bem-te-vi,
Tico-tico e até o azulão
Numa manhã ensolarada
Todos os pássaros vieram pra cá
Vieram pouco a pouco
Para ouvir o meu cantar
Mas agora o que se resta
Só são poucos passarinhos
Que vivem com medo
Dentro dos seus ninhos
Em um grande pé de Jurema
Me sentei pra descansar
Mas percebi que estava
Sentado no "oco" do Jatobá
E agora resta a saudade
Daquelas árvores frondosas
Do canto dos pássaros
Onde agora abriga escolas
Foi no povoado de Campo Frio
Que eu fiz esse poema
Com amor ao meu povoado
Esta
terra tão pequena.
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